cartazes
Na montra, destacado, um cartaz informava: os curassans são a especialidade da casa.
Não é que tivesse fome. Nada disso. Almoçara bem, estava ainda reconfortado pela refeição comida, mas o erro ortográfico foi mais forte que a minha pouca fome. Mandei vir um, um curaçan, o comboio ainda demorava, e logo à primeira dentada arrependi-me.
Enquanto maldizia o meu apetite popular e anti-gramatical, fui olhando a confeitaria. Um balcão corrido, bancos altos, algumas mesas ao fundo, um calor de ananases, e muitos mais cartazes escritos com letra manual e desenhada, que quase enchiam a parede do fundo. Pipis, moelas, francesinhas, e tantas outras iguarias, digladiavam-se pela atenção dos clientes. Havia muito para apreciar, ali. E de repente, uma folha ganhou a minha atenção. A caligrafia muito desenhada chamava-se com gestos abundantes: «neste estabelecimento não se vendem bebidas alcoólicas»… Eu imaginei que o que se diria a seguir seria «a maiores de 18 anos». Ou nem sequer imaginei. Devo ter lido e pronto. Uma coisa leva à outra. Nem se pensa nisso. Mas não. Afirmando a vista, o tamanho das letras seguintes, organizadas em palavras manuscritas, não indiciava a expressão subentendida. Não! O que se dizia era: «neste estabelecimento não se vendem bebidas alcoólicas antes das dez da manhã».
A confeitaria existe. É em frente à estação de S. Bento, na cidade do Porto.
Quem quiser beber um bagaço antes das dez da manhã, que procure outro estabelecimento.
Não é que tivesse fome. Nada disso. Almoçara bem, estava ainda reconfortado pela refeição comida, mas o erro ortográfico foi mais forte que a minha pouca fome. Mandei vir um, um curaçan, o comboio ainda demorava, e logo à primeira dentada arrependi-me.
Enquanto maldizia o meu apetite popular e anti-gramatical, fui olhando a confeitaria. Um balcão corrido, bancos altos, algumas mesas ao fundo, um calor de ananases, e muitos mais cartazes escritos com letra manual e desenhada, que quase enchiam a parede do fundo. Pipis, moelas, francesinhas, e tantas outras iguarias, digladiavam-se pela atenção dos clientes. Havia muito para apreciar, ali. E de repente, uma folha ganhou a minha atenção. A caligrafia muito desenhada chamava-se com gestos abundantes: «neste estabelecimento não se vendem bebidas alcoólicas»… Eu imaginei que o que se diria a seguir seria «a maiores de 18 anos». Ou nem sequer imaginei. Devo ter lido e pronto. Uma coisa leva à outra. Nem se pensa nisso. Mas não. Afirmando a vista, o tamanho das letras seguintes, organizadas em palavras manuscritas, não indiciava a expressão subentendida. Não! O que se dizia era: «neste estabelecimento não se vendem bebidas alcoólicas antes das dez da manhã».
A confeitaria existe. É em frente à estação de S. Bento, na cidade do Porto.
Quem quiser beber um bagaço antes das dez da manhã, que procure outro estabelecimento.