sexta-feira, março 08, 2013

as manifestações

De um momento para o outro, as manifestações que percorreram o pais de lés a lês, no sábado passado, ficaram coisa insignificante, perante a discussão do número de manifestantes que participaram nelas. Agora o que importa não é discutir as razões que levaram aquelas pessoas a marchar país fora, de uma praça para a outra de tantas cidades, mas sim o número de marchantes, que número porventura calçavam, quantas calorias despenderam para gritar contra. O governo, esse, nem nessa discussão se mete, assobia para o lado, faz de conta que não aconteceu nada, e se calhar não, não aconteceu mesmo nada, siga a marinha que pode ser que ninguém tenha visto, ou então que toda a gente se esqueça, embrenhados que todos estamos na melancolia medonha que percorre o país, coisa cinzenta e peganhosa, que se entranha no cidadão, por mais revolucionário que seja.
O que é certo, e esse mérito ninguém ousa retirar à massa, - pequena ou grande - que se manifestou, é que o paradigma partidocrático que existe (e como existe), está falido, já deu o que tinha a dar, foi chão que deu uvas. Porventura continuará a dar algumas, sim, até que caia ao chão podre, cheio de bolor, destilando líquidos putrefactos e cheiros nauseabundos.
É certo que dificilmente mudarão as coisas, mesmo sabendo que tudo é composto de mudança.
Porque é insuportável o modus vivendi dos partidos. O aparelhismo que condiciona as escolhas, todas as escolhas, que afastam os cidadãos, (praticamente todos os cidadãos), da esfera da decisão e do momento em que esta se realiza, penalizará os praticantes de tal acto. Mas quando? Quando é que isso acontecerá?
Nessa altura, será menos importante saber quantos são os que marcham, mas muito mais, para onde marcham.
Por enquanto, apenas se marcha.
sabe-se o que n\ao se quer, poucos ou muitos, nem o discuto, mas anda n\ao se sabe realmente o que é que se quer de novo.
Mas esse esclarecimento chegará e, com ele, a consciência da exploração a que estivemos (mas isso é num futuro que espero próximo) ou dito no presente sofrido, a que estamos sujeitos. E mais, quem foram os agentes dessa prática.
Depois não se queixem que não foram avisados.