as manifestações
De
um momento para o outro, as manifestações que percorreram o pais de lés a lês,
no sábado passado, ficaram coisa insignificante, perante a discussão do número
de manifestantes que participaram nelas. Agora o que importa não é discutir as
razões que levaram aquelas pessoas a marchar país fora, de uma praça para a
outra de tantas cidades, mas sim o número de marchantes, que número porventura
calçavam, quantas calorias despenderam para gritar contra. O governo, esse, nem
nessa discussão se mete, assobia para o lado, faz de conta que não aconteceu
nada, e se calhar não, não aconteceu mesmo nada, siga a marinha que pode ser
que ninguém tenha visto, ou então que toda a gente se esqueça, embrenhados que
todos estamos na melancolia medonha que percorre o país, coisa cinzenta e
peganhosa, que se entranha no cidadão, por mais revolucionário que seja.
O
que é certo, e esse mérito ninguém ousa retirar à massa, - pequena ou grande -
que se manifestou, é que o paradigma partidocrático que existe (e como existe),
está falido, já deu o que tinha a dar, foi chão que deu uvas. Porventura
continuará a dar algumas, sim, até que caia ao chão podre, cheio de bolor,
destilando líquidos putrefactos e cheiros nauseabundos.
É
certo que dificilmente mudarão as coisas, mesmo sabendo que tudo é composto de
mudança.
Porque
é insuportável o modus vivendi dos partidos. O aparelhismo que condiciona as
escolhas, todas as escolhas, que afastam os cidadãos, (praticamente todos os
cidadãos), da esfera da decisão e do momento em que esta se realiza, penalizará
os praticantes de tal acto. Mas quando? Quando é que isso acontecerá?
Nessa
altura, será menos importante saber quantos são os que marcham, mas muito mais,
para onde marcham.
Por
enquanto, apenas se marcha.
sabe-se
o que n\ao se quer, poucos ou muitos, nem o discuto, mas anda n\ao se sabe
realmente o que é que se quer de novo.
Mas
esse esclarecimento chegará e, com ele, a consciência da exploração a que
estivemos (mas isso é num futuro que espero próximo) ou dito no presente
sofrido, a que estamos sujeitos. E mais, quem foram os agentes dessa prática.
Depois
não se queixem que não foram avisados.
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