sexta-feira, dezembro 12, 2014

o país não avança

O país não avança. Nunca mais sairemos da cepa torta.
Notícia dos últimos dias, é a da décima primeira morte no caso de contaminação em vila franca.
As crises nos países também são observáveis por isto, aparentes minudências, mas que o não são, porque são eflúvios óbvios, cuspidelas de lava do vulcão que pulsa por baixo, ou dentro de nós.
Quando ansiávamos pelo primeiro caso de ébola, que é uma coisa civilizada, porque mesmo que originária de locais menores, existe nos países civilizados, América, Espanha, franca, Itália e quejandos, e sai-nos na rifa um caso de contaminação por legionella.
Legionella?
Uma coisa que nunca foi notícia em sítio nenhum. No plano do empreendedorismo, é uma coisa completamente fora do baralho, que não chama os órgãos de comunicação social, que não dá estatuto... Pelo menos internacionalmente. É uma coisa para consumo interno, mas que não tem peso no mundo das infectações.
E, pior: como se isto não fosse humilhação suficiente, numa escola qualquer de castelo branco, convencidos de que agora é que a terra entrava no mapa, surgiu um caso de contaminação geral da comunidade escolar com raiva. Raiva? Vamos de mal a pior. Os miúdos todos a coçar-se perante as câmaras de televisão, sem saber se haviam de rir se chorar. É que nem chega a ser humilhante... É só coceira. Como aquelas quedas que damos, quando caímos de rabo, e a dor é tanta, mas tão ridícula, que só nos apetece rir, e choramos com a dor e o caricato da situação... Com os miúdos era assim: se num momento se cocavam desabridamente, no momento seguinte riam-se da parvoíce que era tamanha coceira...
Quanto ao ébola, que é o que interessa, notícia nenhuma.
Em Espanha a enfermeira já se safou. A cadela dela é que não. Já se sabia. Nos estados unidos, o mesmo se passou com o médico contaminado... Aqui é que nada. Nenhuma notícia que mereça os holofotes da imprensa internacional.
Sócrates continua a fazer em Évora a sua privada festa de finalista com os amigos que vai recebendo a conta-gotas... As televisões e os jornais mais sensacionalistas vão perdendo o fôlego e o cavalo com que cavalgaram e, enquanto vasculham as vidas dos aparentes oponentes, o juiz Carlos Alexandre e o peso 44 José Sócrates, vão olhando e suspirando pela próxima erupção vulcânica e pelo circo que à volta dela montarão.

E pronto. O país continua assim, coçando-se e rindo, entre Mação e Vilar de Massada.