o país não avança
O
país não avança. Nunca mais sairemos da cepa torta.
Notícia
dos últimos dias, é a da décima primeira morte no caso de contaminação em vila
franca.
As
crises nos países também são observáveis por isto, aparentes minudências, mas
que o não são, porque são eflúvios óbvios, cuspidelas de lava do vulcão que
pulsa por baixo, ou dentro de nós.
Quando
ansiávamos pelo primeiro caso de ébola, que é uma coisa civilizada, porque
mesmo que originária de locais menores, existe nos países civilizados, América,
Espanha, franca, Itália e quejandos, e sai-nos na rifa um caso de contaminação
por legionella.
Legionella?
Uma
coisa que nunca foi notícia em sítio nenhum. No plano do empreendedorismo, é
uma coisa completamente fora do baralho, que não chama os órgãos de comunicação
social, que não dá estatuto... Pelo menos internacionalmente. É uma coisa para
consumo interno, mas que não tem peso no mundo das infectações.
E,
pior: como se isto não fosse humilhação suficiente, numa escola qualquer de
castelo branco, convencidos de que agora é que a terra entrava no mapa, surgiu
um caso de contaminação geral da comunidade escolar com raiva. Raiva? Vamos de
mal a pior. Os miúdos todos a coçar-se perante as câmaras de televisão, sem
saber se haviam de rir se chorar. É que nem chega a ser humilhante... É só
coceira. Como aquelas quedas que damos, quando caímos de rabo, e a dor é tanta,
mas tão ridícula, que só nos apetece rir, e choramos com a dor e o caricato da
situação... Com os miúdos era assim: se num momento se cocavam desabridamente,
no momento seguinte riam-se da parvoíce que era tamanha coceira...
Quanto
ao ébola, que é o que interessa, notícia nenhuma.
Em
Espanha a enfermeira já se safou. A cadela dela é que não. Já se sabia. Nos
estados unidos, o mesmo se passou com o médico contaminado... Aqui é que nada.
Nenhuma notícia que mereça os holofotes da imprensa internacional.
Sócrates
continua a fazer em Évora a sua privada festa de finalista com os amigos que
vai recebendo a conta-gotas... As televisões e os jornais mais sensacionalistas
vão perdendo o fôlego e o cavalo com que cavalgaram e, enquanto vasculham as
vidas dos aparentes oponentes, o juiz Carlos Alexandre e o peso 44 José
Sócrates, vão olhando e suspirando pela próxima erupção vulcânica e pelo circo
que à volta dela montarão.
E pronto. O
país continua assim, coçando-se e rindo, entre Mação e Vilar de Massada.
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