Nestes
dias carregados de futebol e do campeonato mundial que pelo Brasil se vai
desenrolando como manta cara em cima de terra batida, e mais ainda depois do
afastamento do brasil perante a alemanha por escassos sete a um, por cá
invoca-se o espírito santo, o de orelha principalmente, para que nos livremos
da crise que está quase a chegar trazida pelo Banco com o mesmo nome.
Sabia-se,
diz-se agora, - ou seja, sabia quem sabia, - que a família espírito santo e,
mais em concreto, o seu chefe, Ricardo, não o coração de leão mas o que mandava
no país, conhecido pelo petit nom 'o que mandava nisto tudo', tem o trono todo
armadilhado, carcomido pelo caruncho da dívida, do poder embainhado e às vezes
em fio, sendo que o caruncho desta madeira, tem o corpo do tiranosaurus rex num
filme chamado 'querido, encolhi os miúdos'.
Na
verdade, já há muito se sabe que quem realmente manda no país não é o governo,
mas uma entidade qualquer, europeia, superlativa, cagona. Tudo se decide fora
do luso-tradicional eixo do poder tuga; o que se sabia menos bem é que essa
entidade, ou entidades, ou grupos de interesses à escala europeia, interesses
globalizados têm, no intervalo das pingas, muitas outras entidades, cujos
interesses importa defender muito mais que os interesses do país, que estão
todos eles subordinados a esses interesses intermédios e intermediários, e são
eles que importam, grosso modo, é a eles que deve ser dada resposta, mesmo que
a resposta seja ‘que se lixe o mexilhão’, que neste caso, somos todos.
Enquanto
a bola é chutada para a frente nos campos brasileiros e em cinco minutos se
marcam cinco golos, por cá, comentada com detalhes de minúcia pornográfica,
grande plano do mete e tira, a musica e os músicos vão-se salvando da lei da
morte, vendo os seus esforços reconhecidos além fronteiras. Carlos do Carmo foi
premiado com o grammy pela carreira, depois de há uns anos ter sido a vez de
Elisabete Matos, a cantora lírica de braga, a ter sido reconhecida,
reconhecimento esse já esquecido pelos jornalistas que, valorizando o prêmio
atribuido a Carlos do Carmo, e ainda bem, disseram ter sido ele o primeiro
português a ser agraciado.
Cavaco
Silva e o seu staff não viu nada, ou pelo menos viu menos, não soube de nada,
chutou para canto, desmaiou outra vez nos braços do chefe de estado maior
general das forças armadas, olhos pestanítidos apaixonados...
Tudo
isto ao mesmo tempo que as bananas do spermercado lidl começaram a dar cocaína.
Ora aí está, creio, uma boa saída para o país. Boa e limpa. Se for pura. Gesto
empreendedor este, que põe as bananas do lidl muito para lá do magnésio. Muito
boa gente esgotou o stok de bananas à espera que lhe saísse uma premiada. A
felicidade que não iria ser, caramba, num cacho verde de bananas, receber a
verdadeira banana, que em vez de ser comida deveria ser cheirada, com casca e
sem ela, mais profundamente sem casca, claro, mas subrepticiamente com a dita
cuja, para durar mais, ter banana mais tempo.
O Brasil
afinal perdeu por quantos?
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