quarta-feira, julho 23, 2014

Nestes dias carregados de futebol e do campeonato mundial que pelo Brasil se vai desenrolando como manta cara em cima de terra batida, e mais ainda depois do afastamento do brasil perante a alemanha por escassos sete a um, por cá invoca-se o espírito santo, o de orelha principalmente, para que nos livremos da crise que está quase a chegar trazida pelo Banco com o mesmo nome.
Sabia-se, diz-se agora, - ou seja, sabia quem sabia, - que a família espírito santo e, mais em concreto, o seu chefe, Ricardo, não o coração de leão mas o que mandava no país, conhecido pelo petit nom 'o que mandava nisto tudo', tem o trono todo armadilhado, carcomido pelo caruncho da dívida, do poder embainhado e às vezes em fio, sendo que o caruncho desta madeira, tem o corpo do tiranosaurus rex num filme chamado 'querido, encolhi os miúdos'.
Na verdade, já há muito se sabe que quem realmente manda no país não é o governo, mas uma entidade qualquer, europeia, superlativa, cagona. Tudo se decide fora do luso-tradicional eixo do poder tuga; o que se sabia menos bem é que essa entidade, ou entidades, ou grupos de interesses à escala europeia, interesses globalizados têm, no intervalo das pingas, muitas outras entidades, cujos interesses importa defender muito mais que os interesses do país, que estão todos eles subordinados a esses interesses intermédios e intermediários, e são eles que importam, grosso modo, é a eles que deve ser dada resposta, mesmo que a resposta seja ‘que se lixe o mexilhão’, que neste caso, somos todos.
Enquanto a bola é chutada para a frente nos campos brasileiros e em cinco minutos se marcam cinco golos, por cá, comentada com detalhes de minúcia pornográfica, grande plano do mete e tira, a musica e os músicos vão-se salvando da lei da morte, vendo os seus esforços reconhecidos além fronteiras. Carlos do Carmo foi premiado com o grammy pela carreira, depois de há uns anos ter sido a vez de Elisabete Matos, a cantora lírica de braga, a ter sido reconhecida, reconhecimento esse já esquecido pelos jornalistas que, valorizando o prêmio atribuido a Carlos do Carmo, e ainda bem, disseram ter sido ele o primeiro português a ser agraciado.
Cavaco Silva e o seu staff não viu nada, ou pelo menos viu menos, não soube de nada, chutou para canto, desmaiou outra vez nos braços do chefe de estado maior general das forças armadas, olhos pestanítidos apaixonados...
Tudo isto ao mesmo tempo que as bananas do spermercado lidl começaram a dar cocaína. Ora aí está, creio, uma boa saída para o país. Boa e limpa. Se for pura. Gesto empreendedor este, que põe as bananas do lidl muito para lá do magnésio. Muito boa gente esgotou o stok de bananas à espera que lhe saísse uma premiada. A felicidade que não iria ser, caramba, num cacho verde de bananas, receber a verdadeira banana, que em vez de ser comida deveria ser cheirada, com casca e sem ela, mais profundamente sem casca, claro, mas subrepticiamente com a dita cuja, para durar mais, ter banana mais tempo.

O Brasil afinal perdeu por quantos?