quarta-feira, março 29, 2006

o SINDICATO na Velha-a-Branca

No âmbito do projecto O SINDICATO CONVOCA, esta quinta-feira, dia 30 de março, às 19h00, no estaleiro cultural Velha-a-Branca, o SINDICATO DE POESIA apresenta:

ARTE DA MÚSICA – JORGE DE SENA

Originalmente, este recital foi pensado pela poeta portuense Inês Lourenço, que nos vendeu a ideia, a mim (António Durães) e à pianista Sofia Lourenço. E a ideia era muito simples: pensar um recital onde, para além dos textos de Jorge de Sena (um reconhecido melómano) que reflectiam peças musicais concretas, pudéssemos ouvi-las e vibrar com elas, depois das suas palavras reveladoras.
Propusemos esta ideia à Fundação Gulbenkian e apresentámos o recital em Lisboa, num domingo soalheiro, à hora de almoço. Como correu bem, a Gulbenkian quis mostrar o recital em Paris, na «outra» Gulbenkian, paredes meias com o Arco de Triunfo. Depois dessa experiência fantástica (a propósito deste recital, a Gulbenkian patrocinou a edição dos textos apresentados e propositadamente traduzidos), ainda pudemos apresentar-nos em Santa Maria da Feira e, depois disso, em poucos mais sítios.
A versão do recital que agora o SINDICATO apresenta, vem sem piano e sem pianista, mas acompanhada de um leitor de CD’s. Ouvir-se-ão algumas peças musicais, mas não vibraremos com a emoção da interprete, o que é sempre uma perda irreparável. Fica para uma próxima oportunidade. Estes são os textos:

Prelúdios e Fugas de J. S. Bach, para órgão
Ainda as sonatas de Domenico Scarlatti, para cravo
Fantasias de Mozart, para Tecla
Chopin: um inventário
A última música de Liszt para piano
Erik Satie para piano
«La Cathédrale Engloutie», de Debussy

E estes são os momentos musicais que os precedem:

Prelúdio e Fuga em Lá menor, BWV 564 (Johann Sebastián Bach, por Mirlos Spanyi)
Sonata em Ré menor (Domenico Scarlatti – sonatas para cravo, por Dubravka Tomsic, piano)
Divertimento nº 1 em Ré Maior, K 136 (de Wolfgang Amadeus Mozart, pela Camerata Romana e Solistas de Salzburgo)
Nocturno op 9/2 (Frederic Chopin, pelo pianista Peter Schmalfuss)«Sonho de Amor» Nr. 3 (Franz Liszt, pela pianista Helène Gal)

Boas audições.

o sindicato na feira do livro

Manuel Maria Barbosa du Bocage é o poeta que o Sindicato de Poesia irá ler, esta noite, a partir das 21h30, na Feira do Livro de Braga.
Ana Gabriela Macedo, António Durães e Fernando Coelho cumprem a selecção de Eduardo Jorge Madureira, numa sequência - porventura - biográfica, ao longo de 11 sonetos.
Até logo.

segunda-feira, março 27, 2006


Bolas, estou com a minha consciência abatida.
Pediram-me há uns dias que assinasse (o que fiz imediatamente) e divulgasse (o que não fiz e daí os problemas denunciados) um abaixo-assinado que chamava a atenção para a hipótese de dupla delapidação de algum do património nacional: patrimonial, pois, mas também da memória política e da resistência anti-fascista.
Não resolvo esta minha questão íntima, mas aqui fica um texto que encontrei ontem na net, que copiei e agora colo aqui.

***

Venho dar-vos a conhecer o Movimento Cívico NÃO APAGUEM A MEMÓRIA! que um grupo de cidadãos indignados, decidiu fundar e dinamizar com vista a combater o crescente e sistemático apagamento da Memória da/na nossa História Contemporânea.
Convido-vos, primeiro, a visitarem o site da imobiliária que negoceia o condomínio de luxo que está a ser construído por entre as paredes da sede da PIDE, ali ao Chiado, na Rua António Maria Cardoso. Chamam-lhe eufemisticamente o «Paço do Duque». E contam a sua História. Uma História aristocrata que termina, imaginem, em 1640!
Entrem no site: Paço do Duque e digam de vossa justiça.
Deixo-vos agora o Manifesto do movimento cívico NÃO APAGUEM A MEMÓRIA! Apresentado publicamente no dia 12 de Novembro passado.Através dele, lançámos uma campanha de recolha de assinaturas para levar aos órgãos institucionais.
APELO À VOSSA PARTICIPAÇÃO.SUBSCREVAM ! ADIRAM ! DIVULGUEM !

domingo, março 26, 2006

2 poemas de LUISA NETO JORGE

1. A BOCA

Em espessura do feito infinito
em amor me feria dilatava

a boca era um leito um órgão de lava



2. A LÍNGUA

A língua
que é líquido
sacro
não transborda

um dedo
que tocou
a palavra
não a aborda