segunda-feira, março 14, 2016

o cartaz do bloco e etc & tal

Há coisas que podiam ser evitadas na vida política portuguesa, de modo a não fazer ferver ainda mais a classe política, os seus orgulhos e preconceitos, os seus egos e as suas vaidades.
O cartaz em que o Bloco de Esquerda festeja a aprovação da adopção por casais gay, foi mais uma prova da ausência de tacto, (quer tacto político, quer tacto estratégico, quer tacto educacional) e foi um autêntico garrafão de gasolina no país que arde. Se festejos de tal calibre, por mais engraçadinhos que sejam, se admitem nos caceteiros do costume, nos que fazem da canelada a prática da diplomacia a que chamam "musculada", num partido político sério, seja o Bloco ou qualquer outro, não!. A não ser que os seus militantes sejam tão caceteiros como os outros. Ora, porque conheço muitos bloguistas, alguma coisa aconteceu de errado por aquelas bandas. Ou não.
Mandam as regras do bom senso que, perante uma vitória histórica (que coloca a civilização portas dentro do país retrógrado que, efectivamente, somos - não nos enganemos), manda o bom senso, dizia, que não se festeje com altanaria, pelo contrário, que sejamos humildes, sob pena de, numa destas marés, sem racionalidade nem inteligência, a vitória se transforme numa derrota ainda mais humilhante. É que ela, com gestos como este, foi já derrota, porque faz de parte da facção vencedora, uma entidade incapaz de conviver com a derrotada, deixando-a a ferver perante a humilhação sofrida. Daí aos juramentos de vingança, é passo pequeno, de menino.
O festejo faz-me lembrar, isso mesmo, as tricas dos tempos da meninice, quando sem qualquer pudor nem sentido das proporções, dançávamos em cima dos cadáveres dos nossos vencidos, seja no futebol, seja noutras competições. Mas em crescidos, isso custa mais a a admitir. Entre políticos, que deviam tratar com a maior elevação, as coisas que pertence ao colectivo, ainda mais. Mesmo que os antagonistas, e perdedores no caso, mereçam de menos essa nossa consideração. O que também não é o caso. A opinião não é um delito, nem que estejamos errados. Delito é exigirmos que a nossa opinião, mesmo a certa, esteja antes da opinião dos outros. A decisão pela melhor opinião dignifica os decisores, percam ou ganhem. Quanto mais desequilibrada for a educação, mais honrosa será a posição do vencedor.
Até porque nestas coisas de vencidos e vencedores, tudo está no ponto de vista.
O chá nem a todos toca.
Nem o bagaço.
O presidente eleito foi na segunda-feira, cumprir uma promessa a uma senhora com 89 anos, residente no Mar da misericórdia do Barreiro, e levou-lhe, para, isso mesmo, cumprir a promessa, uma garrafa de bagaço. E, diz a notícia que li no Jota Éne, bebeu um copinho com a senhora. Mas para se dissociar da garrafosa, levou-lhe, também, um pacote de chá de camomila.

Ou como me diziam há uns tempos, e perdoem-me o quase vernáculo e a baixaria a que vos vou submeter, a educação (como a cultura) é como a erecção. Quando se tem, nota-se.