quarta-feira, maio 13, 2009

sozinho (preso) em casa

A Câmara Municipal de Braga, através dos seus serviços de informação (não é assim que se chama, creio, mas para o caso serve), envia-me, e eu agradeço, a programação das coisas que dizem respeito à cultura, mas igualmente outras relativas ao desenrolar do dia-a-dia bracarense: se esta ou aquela estrada fecha para obras; cortes de água, e coisas afins; etc etc etc. Não interessa agora estar a aqui a recordar as coisas todas de que sou informado. Eu e todos os que têm acesso a este serviço, e que serão todos os que o quiserem receber, creio.
Na quinta-feira passada, e depois de ter tentado sair de casa e de não ter conseguido por força do trânsito que estava a impedir tudo o que quer que se mexesse e tivesse quatro rodas nas imediações dela, enviaram-me as sugestões culturais. Eu que estava a regressar a casa depois de ter desistido de sair do bairro, fiquei furibundo, confesso. A estradinha que serve esta zona habitacional é, já de si, escassa e estreita, praticamente uma estradinha de aldeia, que lenta e sonolenta sobe (ou desce, para as formigas que vão em sentido descendente) o monte, mas desde que começaram as obras do novo hospital, é ainda mais dolente e enervante. Coisas de velha. De estrada sem pressa que se zanga com o stress a que os condutores estão sujeitos. Ainda por cima, escanzelada, com os ossos em mísero estado, a velha estrada é, verdadeiramente, a única via que serve as obras do hospital, o que significa, durante o dia, mais peso para aguentar, mais trabalho fora de tempo. Ora isso não se faz a uma velha estradinha de aldeia. Há um outro acesso, ainda mais enfezado, de montanha, que bordeja o monte pelo lado de Gualtar.
Eu não percebo o que é que passa pelas cabeças dos senhores da câmara para permitirem uma coisa destas. Como é que não antecipam os problemas? Não fizeram estudos preleminares? Sabem quantos carros passam na tal estradinha enfezada? Que população é que ela serve? Se está, ou não, preparada para servir essas pessoas e esses carros? Então, começam uma obra da dimensão de um hospital e não se preparam com vias de acesso à obra de modo a alimentar a coisa? Um hospital, não é suposto estar dotado de vias de acesso boas e rápidas, que salve vidas? E se têm de os fazer, os tais acessos, porque é que não começaram por aí? Se os têm de fazer… Não pensam nisso, os senhores responsáveis?
Peço desculpa aos senhores vereador do trânsito Carlos Malainho e ao senhor chefe de divisão, Alfredo Barata, mas, porra, onde é que estavam com a cabeça?
Depois de várias tentativas telefonicas, não foi muito difícil, honra lhe seja feita, consegui falar com o segundo. Explicou-me que o dono da obra é que é o responsável pelos acessos. Depois contou-se que a estrada a que eu aludo, é propriedade da câmara, mas a estrada que lhe dá acesso, da circunvalação, pertence às estradas de Portugal. Que, resumindo, não há praticamente nada a fazer. Que combinaram com o dono da obra, e disso deram conhecimento à polícia, que os camiões entravam por um dos acessos e saíam pelo outro., Ou seja, que nunca se cruzariam, de modo a não dificultar a circulação. Acontece, senhor director, é que não acertaram isso com os restantes camiões que por ali circulam. Nem, veja-se a dimensão do esquecimento, com os autocarros dos TUB. Portanto, tudo mal.
As sugestões culturais que me enviaram são óptimas, essas ou quaisquer outras, desde que eu possa usufruir delas. De carro, é que não.
Este domingo de manhã, um amigo lembrou-se que poderia usar uma das gruas desta floresta que agora me fornece vista, para me catapultar daqui para fora, sempre que tiver de ir trabalhar. Um gancho no cachaço, e com a amplitude do braço de uma das maiores, ela colocar-me-ia, sem problema, por exemplo, na rodoviária nacional. Ups, bolas, também está em obras. Ou então no centro. Bebo um café e depois apanho o comboio. Uáu, chiça outra vez, as obras do túnel.
Claro, já me esquecia. É ano de eleições. Pois, pois, pois!