quarta-feira, abril 03, 2013

habemus papam

Rei morto, rei posto.
Ratzinguer abdicou, seja lá porque motivo for, o invocado ou outro qualquer não dito, e poucos dia depois, a chaminé ligada directamente à capela Sistina declarou urbi et orbi que um novo Papa se preparava para assumir o lugar de S. Pedro, deixado vago pelo alemão de comunicação difícil.
Sucede-lhe um argentino com sentido de humor, ainda que pouco mais novo do que ele. Ao que se diz, e vá lá saber-se com que fundo de verdade, já terá estado na disputa com o cardeal alemão, hoje papa emérito, aquando do penúltimo conclave. Nessa ocasião, terá sido ele a abdicar, chorando compulsivamente perante a eminência da eleição, e pedindo  a todos os santinhos da sua predilecção (S. Francisco inclusive) e, claro, aos seus pares, que não o elegessem. Sendo verdadeira a história, aqui se demonstra que o destino há muito está traçado, escrito a bold na nossa página, liberdade o quê?, que o Espírito Santo não brinca em serviço.
Parece um homem simpático, sério, bem disposto, genuinamente interessado na humanidade, se bem que com algumas posições um pouco antigas. Isto a acreditar em algumas coisas que entretanto já foram sendo publicadas sobre a sua vida pública e as posições que foi assumindo publicamente.
Ratzinguer pode voltar aos seus livros e aos seus gatos, que das suas conhecidas e publicitadas paixões só mesmo o piano lhe foi permitido no Vaticano. Para onde vai agora, pode levar os seus gatos consigo, regressar ao aconchego de um miau feliz, de um ronronar fiel, mesmo que arisco e livre.
Francisco abdicará da pobreza, ou como Manuela Ferreira Leite advogou em tempos, suspenderá a pobreza. Dele se dirá que lida mal com o fausto da parafernália que terá de suportar, que preferia o gesto simples à grande encenação... Mas não é assim que as coisas se fazem. Cumprirá o que lhe cabe fazer, mormente em relação à América latina, um pedaço de mundo que anda muito mal frequentado, com muita gente a mijar fora do penico reverêncial. 
E o que é facto, logo veremos se sim, se não, é que era preciso um Francisco para pôr ordem naquilo.
Não foi isso que fez João Paulo II?