exposições e narrativas
Nestes
últimos dias, uma ou duas semanas talvez, temos de valorizar os momentos de
exposição mais importantes que o país conheceu: Joana Vasconcelos, a notável e
feliz emergente artista plástica da cena nacional, expõe no palácio da ajuda
com pompa e circunstância, as obras mais emblemáticas da sua cosmopolita obra,
depois de anunciar a participação na bienal de Veneza com um cacilheiro que já está, ou ainda está, a ser preparado numa doca qualquer; José Mourinho, à boleia do
quinquagésimo aniversário, expõe, ou alguém por ele, em Setúbal, sua terra
Natal, um rol de objectos e fotografias alusivos a esses, precisamente,
cinquenta anos, com a benção da autarquia, fechando a badalada exposição com
uma fotografia da autoria de um dos seus filhos, ou filha, colhida na intimidade da casa
e no seio familiar.
Finalmente,
José Sócrates, que depois de dois anos de silêncio parisiense, expôs na RTP 1 e
perante mais de um milhão de espectadores, a narrativa da sua defesa. Esta
exposição foi coisa apenas oral, ok, mas nem por isso menor.
Joana
Vasconcelos é, como se sabe, neste momento, a artista plástica portuguesa mais
conhecida além fronteiras, ou pelo menos, a artista com maior cobertura
mediática neste rectângulo, por força das suas incursões várias na cena
internacional. Agora regressa ao país e a um cenário especial, o palácio da
ajuda, onde expõe as suas peças mais icónicas.
José Mourinho
está, como se sabe, entre os mais mediáticos portugueses com visibilidade
internacional, mas que mantém com o país e com a sua terra natal, uma relação
publicitada na imprensa portuguesa. E uma exposição biográfica, ainda que com
acento especial na sua actividade profissional, afinal de contas a razão da sua
visibilidade, a propósito dos seus cinquenta anos que, como se sabe, é uma
marca digna do maior respeito.
José Sócrates
é, porém outra história.
Dois anos
volvidos sobre o silêncio mais ruidoso de que há memória - ok, a minha memória
é curta... - Sócrates regressou, à cena política e à RTP, primeiro com uma
entrevista e, daqui a uns dias, ao comentário regular.
Levantaram-se
as vozes, aqui del rei que o homem devia ser interrogado, pois, mas por um juiz e em sede
de tribunal e não por dois jornalistas numa televisão pública, mas o silêncio
re-imperou com o argumento falacioso do trabalho pro bono que Socrates irá
cumprir.
Para um pais
a avesso as artes da exposição, seja ela artística, filosófica o qualquer outra,
nada mal, hein?
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home