sábado, junho 05, 2010

feeling

Ouvi na rádio. Meia dúzia de dias para que, na África do Sul, comece o campeonato do mundo de futebol e já não há pachorra para aturar, nem a canção do feeling, nem as vuvuzelas.

Isto, ou muito me engano, ou vai ser sofrer até vir a mulher da fava rica.

Em Portugal, como se ouve, há quem tenha um feeling. Não se sabe exactamente de quê. Um feeling. Qualquer coisa inadjectivável na língua pátria. Uma das coisas para as quais o português calaceiro assegura não haver palavras.

A coisa é tão séria que uma instituição bancária, contratou a pirosa banda do feeling (ainda que eu não perceba nada de música), e que, vá lá saber-se porquê, foi a escolhida como a banda da selecção, e a autora do hino oficial da equipa da federação nacional de futebol. Organismo que perdeu o estatuto de Interesse Público, o que me traz mais tranquilidade, note-se. São eles que cantam, ou coisa similar, que têm um feeling. Bom, cada um tem o que pode. E na língua que quer. Que a equipa que não tem utilidade pública tenha um feeling, tudo bem. Mas que se confunda essa equipa com Portugal, e que Portugal Maíusculo tenha coisa semelhante, aí já começo a hiperventilar. Então andam uma data de portugueses a discutir acerca da validade do acordo ortográfico e eles dão-lhe com feeling? Há uma data de portugueses que asseguram, e lutam, que Olivença é Portugal, e eles feeling? e há galegos que afirmam a pés juntos que a sua língua é a galaica-portuguesa, e os fulanos têm um feeling?...

Só se for o senhor Zeinal Bava, administrador da PT que fala uma língua parecida com o português... e que fala como se não fosse administrador de uma das maiores empresas nacionais, só para convencer da sua sabedoria, uma data de deputados analfabetos, que no devido momento, não lhe disseram para ir dar uma grande volta.

Dizem os que têm um feeling, que alguma coisa boa está para acontecer.

Para já, acontecer acontecer, sabe-se, (e nem é bem acontecer, é qualquer coisa que, contando, ainda não conta), é o PSD ter praticamente a maioria das intenções de voto se, por ventura, houvesse agora eleições para a assembleia da república. E isto quer dizer que Portugal e os portugueses manifestam um irrepremível desejo (e um feeling, já agora) de mudança? Creio que não. Têm é mais pressa de bater no fundo. Ups, manifestei, inadvertidamente, pensamento politico...

Acontecer, acontece que o PS apoia Manuel Alegre, mas muito baixinho. Mário Soares já disse que ‘ele não, isso não’, que acima do partido e das suas decisões, estará sempre a sua consciência. A verdade é que Alegre, a quem ninguém cala, continuará uma espinha atravessada no goto soarista. Acontecer, acontece que Cavaco continua a não dar cavaco a ninguém e acerca da sua possível recandidatura, nem uma palavra. Ainda está a digerir o sapo que teve de engolir com a lei do casamento homosexual.

Contra o feeling de Portugal, está Maradona. Já disse que, se a Argentina vencer, despe-se, nuzinho em pelota, e dá umas corridas à volta não sei de que fonte argentina, mergulhando nela em seguida.

Bruna, a professora de Mirandela, que não precisou de ganhar mundial nenhum para tirar a roupa, e ainda bem, que o que é bonito, é para se ver.

Eu tenho o feeling de que ainda a haveremos de ver num programa de televisão qualquer, contratada por numa das nossas televisões, das boas, das espanholas, a dar música ao pais. Para já, abrilhanta festas de estudantes da UTAD. Sempre é um começo. E a prova de que, também ela, tinha um feeling quando aceitou o cheque da playboy.