quarta-feira, abril 21, 2010

do que se diz...

As comissões parlamentares da assembleia da república, ou as comissões de inquérito, criadas no âmbito de acontecimentos específicos e que existem para fazer o tirocínio possível aos diferentes acontecimentos que deixam margem a algumas dúvidas, são sempre motivo de notícia e, às vezes, de alguma perplexidade.

Um dia destes, Emídio Rangel, histórico ex-director da TSF dos velhos tempos da sua afirmação – eu diria, mais correctamente, da sua ‘revolução’ no panorama radialista nacional -, numa dessas comissões (na comissão de ética, creio), afirmou, em texto manuscrito para coisa ser mais definitiva, que a fonte ’do mau jornalismo’ em Portugal, jorrara pela mão de Paulo Portas e de O Independente. E para concluir o seu raciocínio, acusou as organizações sindicais dos juízes e dos magistrados do Ministério Publico, de serem ‘centrais de gestão e informação processual’, passando informação filtrada a jornalistas cúmplices.

Pais do Amaral, ainda anteontem, numa outra comissão de inquérito, reiterou o que dissera há tempos, acerca da informação da sua TVI (de que era proprietário enquanto principal accionista da Media Capital), de que no tempo em que José Eduardo Moniz era o responsável todo poderoso do canal e Manuela Moura Guedes a sua mão e pé direitos na informação, que ambos ‘tentaram derrubar o governo de Santana Lopes’.

Se Rangel, que quando a SIC - de que era director geral – estava em alta, dizia (não exactamente assim, mas próximo disto) ser capaz de fazer eleger presidentes tanto como vender sabonetes, Pais do Amaral afina pelo mesmo diapasão, ao dizer que, na sua estação, se tentou derrubar um governo. Ora, sabendo-se o que aconteceu realmente a esse governo, conclui-se que a TVI terá derrubado mesmo Santana… Como Rangel poderia ter eleito presidentes.

Independentemente de ter sido com Paulo Portas, ex-director do semanário O Independente (de que Pais do Amaral foi administrador… anda-se sempre à volta das mesmas pessoas… não é?) que terá começado a jorrar a ‘fonte do mau jornalismo’, foi com Paulo Portas, se bem me lembro (como dia o outro), que as fugas de informação à justiça e a putativa aliança (nas palavras de Rangel) do sindicato de magistrados com os jornalistas começou a fazer vítimas selectivas.

E Manuela Moura Guedes não foi deputada do CDS-PP numa legislatura, precisamente, quando Paulo Portas emergia na cena político partidária?

E mundo (luso) à volta de umas quantas cadeiras… E os mesmos rabos nelas alapados.