quarta-feira, março 10, 2010

porque é que não se pensa a sério nas propostas?

Li nos jornais locais uma série de notícias sobre a assembleiamunicipal de há duas semanas, creio, e fiquei especialmenteinteressado em duas das propostas apresentadas, ambas chumbadas e que,à partida, me pareciam capazes de acrescentar alguma coisa àactividade cultural e consequente fruição artística por parte dos cidadãos.Uma delas era assinada pelo Henrique Barreto Nunes, e que propunha que a Feira do Livro abandonasse a frieza do Parque de Exposições esubisse para o centro da cidade e ali se instalasse, ao ar livre.Medida que iria contrariar, pensa-se, o desinteresse que a abalroou,uma espécie de abandono mais ou menos natural, se pensarmos que aFeira sempre foi alguma coisa imposta no programa do Parque, um poucofora da lógica daquele espaço, ainda que em boa hora inventada peloJorge Cruz e pelo José Manuel Mendes. E, verdade seja dita, elafuncionou muito bem durante uma série de edições. A promoção ajudou àsua visibilidade, os escritores presentes também. Mas houve muitasmais coisas a contribuírem para isso. O que a feira de Braga teve denovo e de diferente relativamente às outras feiras que existem portodo o lado, principalmente as de Lisboa e do Porto, não agora mas emanos anteriores, era um programa de animação que passava pela presençade escritores, pela organização de debates e mesas redondas, pelosespectáculos programados no seu âmbito, normalmente três, um a abrir afeira, outro a encerrá-la e lá pelo meio, um terceiro, quiçá de menordimensão e mediatismo, mas muitas vezes mais focado na palavra, naobra literária, num autor, ou coisa do género.Ora, com os anos, essa dinâmica foi-se perdendo. O poder políticofoi-se distanciando do evento e, com ele, a comunicação social. Sem avisibilidade de outros tempos, a feira foi perdendo gás, definhando,apesar da boa vontade existente e da coragem de a reeditar ano apósano, mesmo com as dificuldades crescentes.Trazer a feira para o centro da cidade, é uma medida inteligente ecreio que dinamizadora. As actividades culturais paralelas seriamasseguradas pelos equipamentos existentes naquela zona, (eraimportante, fundamental mesmo que elas se mantivessem), equipamentosautárquicos ou não, e que existem ali, mesmo à mão de semear. Ou seja,é uma boa ideia a que o Henrique Barreto Nunes apresentou e não sepercebe porque é que não é implementada imediatamente, ou seja, jáeste ano.Outra proposta interessante foi a que o deputado do PPM, ManuelBenninguer, propôs: uma semana do barroco, tentando justificar oepíteto com que as placas que anunciam a cidade aos automobilistas naauto-estrada a baptizam. Outra boa ideia.Falarei dela – ou tentarei – num próximo post.E Feira Romana. Uma ideia engraçada, mas que sinto absurdamentedesligada da cidade.

1 Comments:

Blogger Teresa Lobato said...

Bons olhos te leiam, caro amigo.
Sem dúvida uma ideia interessante, essa de levar a feira do livro para o centro da cidade. E tanto espaço pedonal... Como a da feira barroca. Mas a cultura é sempre (?) preterida a favor do economicismo barato, fácil e com lucros rápidos, de preferência. É um mal do nosso tempo e acho que já não tem emenda, a não ser em casos pontuais.

Que saudades dos malditos, dos pecados e das virtudes, quiçá!
Abraçao!

8:34 da tarde  

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