a fazer-se história
Ontem terá sido um dia histórico.
Não sei se um dia decisivo para o país, não faço ideia, mas a aprovação, ainda que de forma condicionada (porque espera pela palavra do PR), na Assembleia da República, dos casamentos entre indivíduos do mesmo sexo, abre a porta para uma nova era, para uma nova história da relação legal entre os humanos.
Ou seja, pode ter sido um dia decisivo para o país.
Mas há ainda outra razão para o que acabo de dizer:
Clara Pinto-Correia, cientista, fez publicar, (através de interposta pessoa, o autor-fotógrafo e seu companheiro), em sede de galeria de arte, fotografias suas, (exclusivamente do seu rosto, diga-se) obtidas por três câmaras fixas, nos momentos emolduraram um seu orgasmo. Coisa partilhada, diz-se, precisamente com o seu companheiro e autor.
O que me levanta algumas dúvidas, é a figura da autoria das fotos. Será que é possível atribuir-se a autoria de uma imagem, a quem coloca as câmaras numa determinada posição, e as abandona à sua sorte, buscando-as depois, para averiguar o que é que elas obtiveram? Basta isso para que seja admitido o estatuto de autoria e autoridade sobre o objecto fotográfico adquirido?
As fotos, de que publico a penúltima da série, estão nos jornais e na net.
Quem percebe de direitos de autor que se manifeste.
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