sexta-feira, novembro 20, 2009

MÁRIO BARRADAS


Há dias assim.
Hoje, dia em que se estreia um espectáculo em que participo, com pessoas de quem gosto, de quem sou amigo, deveria ser um dia de felicidade. Mas, contrariamente ao que seria de esperar, é um dia de tristeza.
A notícia chegou-me ontem à noite, já depois do ensaio geral. Morrera MÁRIO BARRADAS, um dos nomes mais importantes do teatro português e a quem devo grande parte da minha formação. A quem devo grande parte do que sou, como homem e artista que tento ser. Se não sou melhor, se não aprendi mais do meu ofício, culpa não é sua. A mim, como a tantos, tentou passar o que de mais importante sabia. E sabia tanto.
Guardo muitas lições na memória. Lições d’O Velho, que na nossa boca, há trinta anos, queria dizer sábio, teimoso, militante, apaixonado, intenso, intransigente.
O funeral é hoje e não vou poder estar presente como deveria.
Aplaudo-te daqui, querido mestre. E mais logo, em cima de um palco, que é onde o aplauso chega mais emocionado. O que for para mim, se o merecer e os meus camaradas não se incomodarem com o meu desejo calado, reencaminhá-lo-ei para ti.