quinta-feira, novembro 05, 2009

nova táctica terrorista

«A necessidade aguça o engenho», é uma das expressões que o povo usa, para descrever com mais acuidade, a imaginação na resolução deste ou daquele problema. Com mais ou menos criatividade, os homens unem-se à volta das ideias, mas das ideias em acção, para inventar caminhos, de modo a chegar aos destinos desejados. E as soluções encontradas, mais ou menos imaginosas, sendo preferencialmente coisas que honram o homem, podem porém não o ser. O engenho mantém-se, dir-se-á, a necessidade é que é discutível.
Vem isto a propósito de uma notícia que li aqui há semanas, e que dava conta da dificuldade que a rede terrorista Al-Qaeda estava a experimentar para prosseguir com sucesso, os atentados suicidas que vem patrocinando desde há que tempos. Tem sido cada vez mais difícil introduzir os operacionais armadilhados nos sítios e junto das personalidades que querem fazer explodir, quer porque os sistemas de detecção dos materiais é cada vez mais sofisticado, quer pela atenção cada vez mais aguda com que estas situações são previstas pelas normas de segurança profilácticas.
Assim, porque «a necessidade aguça o engenho», lá está, a Al-Qaeda, li, começou uma nova era: o tempo do uso das bombas-supositório.
A imaginação humana não tem limites, é o que é. O engenho é muito, ora aí está, a necessidade é que é discutível. Não para os terroristas, claro.
A descoberta e sinalização desta metodologia, foi feita em Agosto passado, quando um terrorista suicida do grupo de Bin Laden se fez explodir a poucos metros do Príncipe saudita Mohammed bin Nayef, não o matando por um triz. Nas horas que antecederam o atentado, o suicida, soube-se, passara por todos os controlos de segurança, detectores de metais de vários aeroportos e, contra todas as expectativas imagináveis à posteriori, nenhum material lhe foi detectado.
Na verdade, o suicida transportava a bomba dentro do corpo.
Trata-se de pequenas cápsulas de explosivo plástico, acopladas a um mini-detonador activado por rádio frequência, que são introduzidas no recto do bombista suicida, alojando-se no intestino, e que são activadas com uma simples chamada de telemóvel. Como se tratam de explosivos plásticos, são impossíveis de detectar nos aeroportos. E foi precisamente isso que aconteceu em Agosto.
A imaginação humana não pára de nos surpreender. É ou não verdade?