terça-feira, agosto 14, 2007

inentendimentos

Já há muito tempo que não embarco em manifestações. Sabem? Aquelas coisas tribais, espontâneas ou convocadas, reuniões onde um grupo de pessoas manifesta publicamente, e em grupo, (quantas mais melhor) os seus anseios, ou o seu desagrado, Estão a ver? Nas últimas em que estive, ambas, tiveram a ver com a questão do Rivoli, teatro do Porto desagregado do município pela administração autárquica que, na minha opinião, alijou responsabilidades. La Féria, o «vencedor» do concurso público que a autarquia desencadeou, não era o problema central, ao contrário do que chegou a parecer, não deixando, porém, também o ser, na convicção íntima dos manifestantes e do público informado em geral. É entendimento generalizado que o homem está a fazer pela vida, é empresário, objectiva o lucro, e ponto final. Não discuto em público (pelo menos para já) as motivações empresariais do senhor, tal como não discuto o seu passado artístico.
Mas voltemos ás manifestações:
Antes dessas duas a que aludi, estive nas manifestações Por Timor. Envolvidíssimo, aliás. Apaixonado. Militante. Sincero e genuíno. Não sei se por carregar este sentimento de culpa por uma descolonização mal realizada, se por este peso judaico-cristão que me está nos genes e na cultura assimilada. E gritei pela libertação de Xanana, apoiei Ramos Horta, pus velinhas pelo bispo Ximenes, vesti de branco pelo povo castigado, assinei textos pela independência de Timor, e eu sei lá que mais.
Desde há algum tempo que estou desiludido. Por força do apego ao poder de algumas destas figuras, pela instabilidade de que vamos ter notícias. Tenho pena de estar desiludido.
Xanana já não e o Che dos meus desejos.
Não percebo.

1 Comments:

Blogger SILÊNCIO CULPADO said...

Eu percebo o teu sentir que, em muito se assemelha ao meu e a muitos outros. Aquela fé que movia montanhas e que acreditava que os mentores de causas pairavam acima de outros mortais e de qualquer suspeita, morreu. Mas eu continuo a acreditar que é sempre possível fazer alguma coisa. E por isso não desisto. Nunca. Mesmo que não vá a manifestações.

6:14 da tarde  

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