domingo, julho 15, 2007

turismos

- Bamos adonde? A Lisboa? Atão, bamos. E bamos ber a Amália, no teatro? Não? E bamos lá fazer o quê, catano? Ah, bamos à festa, que paga o senhor Armindo. Atão tá bem. E há morfes? Ah, prontos, atão bampos. Atão, adonde é que a gente bamos? Ao hotel Altis? A fazer o quê no hotel? Dar bibas ao Costa e ao Pê Esse? Olha, bamos. O que é que a gente tamos aqui a fazer? Ao menos passeia-se. Oh malhão malhão, quem te deu as meias…
E lá foram. Camionetas e camionetas de gente, alugadas pelos pê esses que há país fora, carne para canhão na festa socialista. As eleições eram em Lisboa, para a autarquia alfacinha. Pois, mas se os alfacinhas não votam, ainda menos disposição devem ter para entrar em festas e romarias eleitotais. O melhor, jogando pelo seguro, é encher camionetas e camionetas de gente conhecida dos caciques socialistas do norte do centro e do sul do país, se não a fotografia da vitória fica muito pobrezinha, o ecrã da TV demasiado despido, e o candidato vencedor sem milho para cantar de galo.
E se alguém perguntar a razão da viagem, do cansaço, do regresso que obriga a perder horas de sono, a resposta lá surge, enquanto o regaço se abre e de lá caiem as rosas que há pouco pareciam pães.
É a democracia, senhores. A democracia.