quarta-feira, junho 20, 2007

que horas são, oh bush?

Já vi as imagens vezes sem conta à procura de um sinal, de uma pista, mas nada.
Nem pitada do primeiro, nem cheiro da segunda.
De repente, do pulso do homem mais poderoso do mundo, desapareceu um relógio, que não sei se caro se barato, se bonito se feio, ali mesmo em frente aos meus olhos, em frente aos olhos de milhares, de milhões de pessoas. Luís de Matos não desdenharia a proeza.
Com a maior facilidade do mundo, alguém o terá roubado do pulso de Bush ou, em alternativa, no momento do mergulho para o banho popular, Bush terá tido a clarividência de tirar o relógio e guardá-lo no bolso. Há um movimento que deixa isso vagamente indiciado. Porque tiraria ele o relógio do pulso antes de mergulhar nos braços do afável povo da Albânia, é coisa que desconheço, mas que poderei especular. Por exemplo: para evitar que lho gamassem. Ou, porque, no entusiasmo do roubo, e a sê-lo por esticão, poderia ficar sem o braço. Homem prevenido vale por dois, e por isso, tê-lo-à tirado rapidamente e guardado no bolso.
Num caso e noutro, a história é muito curiosa e vale a reflexão:
Em caso de gamanço, é curioso verificar a qualificação do carteirista albanês. Mostrou mãos ágeis, espertas, profissionais, porque ninguém se apercebe do movimento que o larápio executa, nem mesmo a câmara lenta ajuda, e o próprio Bush não terá dado conta da extorsão. Claro que tinha dezenas de mãos a tocar as dele, a acariciar-lhe os pulsos doridos e cansados pelo exercício com que domina o mundo com os ditos cujos de ferro, e porque, sendo de ferro, são menos sensíveis ao toque humano. Os seguranças também não se aperceberam. Mas a verdade é que não estavam ali para evitar que gamassem o relógio de pulso do homem mais importante da terra (importância que Bush discute palmo a palmo com Ratzinguer)… O trabalho dos homens é outro, bem maior: o trabalho deles é evitar que lhe gamem a vida, carago…
O que é curioso verificar, é que o homem mais poderoso do mundo está tão à mão de semear como qualquer outro homem, tão frágil perante o engenho e a malícia do ser humano mais ou menos necessitado, como qualquer outro homem. A história é velha e há-de repetir-se milhares de vezes.
A segunda hipótese, de Bush ter metido - ele próprio - o relógio ao bolso, deixa muito para pensar. O homem será tão somítico que tenha tido receio de perder o instrumento pessoal de medição do tempo? Tão frio que tenha evitado por, antecipação, a ocorrência? Tão perverso que tenha suposto essa possibilidade? Tão pornográfico que, volvidos vários dias, ainda não tenha dito que foi isso que aconteceu?
Por momentos, breves mas mesmo assim alguns, a América – e o mundo – deixaram de saber a quantas andam.
E o relógio? Por onde é que anda? Já está à venda na net?

PS: diz-se, agora, que haverá uma terceira hipótese a considerar. Terá sido um segurança a retirar providencialmente do pulso presidencial, o afamado relógio. Acerca desta possibilidade, manifestar-me-ei com mais detalhe – se me apetecer – dentro de algum tempo.