segunda-feira, julho 17, 2006

avé zidane, cheio de graça...

A cabeçada dada por Zidane no peito do jogador italiano que terá chamado à sua mãe («sua», de Zidane) «puta terrorista», tem dominado todas as conversas e tem sido o tema central de todas as discussões.
De repente já não importa se o categorizado jogador francês cabeceou ou não o externo do seu adversário; o que importa saber é que respondeu ou não a uma agressão, mesmo de se de outra natureza; e se sim, a que agressão;
O jogador italiano, logo que a coisa meteu surdos-mudos a ler os movimentos dos lábios, disse que nunca chamara tal coisa ao fraciú e por duas razões: primeiros, porque nunca chamaria o que quer que fosse a uma mãe, ele que perdera a dela aos quinze e que ainda hoje se comove só de pensar na perda; e depois porque, como jogador ignorante que diz que é, está longe de saber o que significa «terrorista».
Estava-se mesmo a ver que sim, que o italiano chamara coisas mal educadas aos franciú.

O que é engraçado é saber que depois de tantos problemas localizados no mundo, seja a cabeçada do croissant com sabor argelino o que ainda domina as atenções.
Não há mais nada para discutir. Israel ataca o Líbano? Pois, mas que importa isso comparado com a cabeçada?
Cavaco diz ao governo para reavaliar o projecto do TGV? Eu quero lá saber, Cavaco Cavaquinho… não me sai da cabeça o salto que o italiano fez quando a cabeça rapada do francês lhe tocou a peitaça.
Fora este encontro imediato, apenas me lembro do murro do João Pinto a um árbitro qualquer num antigo jogo de futebol e do Sá Pinto (coisas sem penas) a correr atrás do Artur Jorge.

Na volta, depois de tantos testemunhos e de tantos depoimentos, Zidane, o cabeceador, ainda vai ser elevado à categoria dos santos. Ai isso vai…