terça-feira, junho 27, 2006

as bandeiras e as vaginas


Contou-me um amigo dominicomatinal (RP) que, um dos últimos livros editados pela ASA (passe a publicidade), A História da V, «v» de vagina diga-se, foi censurado nos Estados Unidos por conter nas páginas centrais, disse-me, fotografias das ditas cujas vaginas, em trajes menores e a cores. Ou seja, dito de outra forma, tudo a nu. Trabalho ilustrativo, pensei eu. Mostrar as coisas tal como elas são. Todas diferentes, todas iguais. Na gíria, chamar os bois pelos nomes, salvo seja.
O livro, da autoria de uma senhora chamada Catherine Blackledge, propõe «uma visão mais abrangente do verdadeiro papel da vagina, na reprodução e no prazer sexual, ao mesmo tempo que vai desvendando as maravilhas escondidas do sexo feminino», esclarece a editora.
E acrescenta: «A História da V é uma apresentação exaustiva sobre o modo como a vagina aparece registada na cultura; desde a pré-história, quando era objecto de veneração, até à actualidade, em que é entendida como o epicentro do prazer sexual feminino e da criação da humanidade».
Acontece que nas páginas das edições ocidentais, europeias, Portugal incluído, as várias vaginas são apresentadas em fotografias coloridas. Mas nos EUA, não. Foram consideradas demasiado ofensivas da moralidade e dos bons costumes americanos. Assim, de modo a possibilitar a edição americana, as fotos foram publicadas a preto e branco. Sem o pecado da cor, as fotos já não eram lesivas da «consciência tiossamiana»
No Luxemburgo, alguma imprensa local achou estranho e «chauvinista» que os emigrantes portugueses desatassem, à semelhança com o que estão a fazer os tugas no «seu querido portugal», como gostam de dizer, a plantar bandeiras à janela das suas casas. Ora, como se sabe, os emigrantes portugueses no Luxemburgo são mais que as mães. De repente, pensaram os nativos luxemburgueses, estava em causa a soberania nacional, tantas eram as bandeiras verde rubras a ornamentar pindericamente as janelas e varandas.
Solução: e esta proponho-a eu:
Às janelas luxemburguesas, amiguinhos emigras, só bandeiras portuguesas, mas a preto e branco. Como as vaginas na américa.
Entendido? Ou há moralidade...