sexta-feira, junho 02, 2006

notas do associativismo luso

Há mais duas associações portuguesas, recém formadas, que, juntando a sua voz ao descontentamento geral, se preparam para pedir subsídios ao estado, de modo a cumprir cabalmente o trabalho para que se jugam vocacionadas e a razão última porque se organizaram, nascendo.
A Associação Portuguesa Dos Pintadores De Nomes De Futebolistas Nas Terras De Nascimento De Cada Um Deles, é a primeira das duas. Consta que é composta por gente que se endividou porque investiu o dinheiro que tinha (e o que não tinha, que a banca existe para isto mesmo) em pinceis e tinta (e tinto, que a ideia é popular) de modo a picharem toda a parede pichável nas terras de nascimento dos futebolistas portugueses, segundo sugestão do mister Scolari. Ora, acontece que, desfazendo tudo à última da hora, a Federação Portuguesa de Futebol, veio dizer que o que o mister disse, não foi o que disse. Ou seja, que o que o mister queria dizer, não o disse efectivamente. Ou melhor, e mais rapidamente, que ao que o mister dissera, deveria, afinal, acrescentar-se uma errata: era para escrever os nomes dos jogadores, sim, mas em panos e outro material quejando, e não para o fazer nas paredes, directamente, segundo a escola émeérrepêpista, por exemplo, que foi a corrente mais praticada nos tempos seguintes à revolução dos cravos, onde a técnica atingiu foros de verdadeira arte. Os associados dizem agora que gastaram rios de dinheiro e não podem dar uso ao material adquirido, a não ser que façam mais aquisições e se empenhem ainfda mais. Pedem, por isso, ao estado, uma de duas coisa: ou a devolução do dinheiro empatado; ou subsídio para comprar pano e, assim, contribuir para a salvação da indústria textil.
Finalmente, – li esta algures e a ideia parece-me interessante - com a escalada do preço do petróleo, os pirómanos deste país, reunidos em associação, pedem um subsídio ao governo para continuar com a sua actividade. E perguntam: pensam que isto de deitar fogo à mata, é só riscar um fósforo e bufar a foqueirinha?
E reclamam: Já provámos a nossa competência. Deixem-nos trabalhar, deixem-nos trabalhar!
Consta que, no dia da tomada de posição, o Presidente da República dará um saltinho até Pulo de Lobo.