segunda-feira, julho 26, 2010

funchalices 1

Perto do Mercado dos Lavradores, um rapaz passou, correndo, como se fizesse jogging, em tronco nu, mas com um papagaio branco (suponho que era um papagaio) pousado no ombro. Como quisesse correr mais depressa, galgando os metros que o separavam sabe-se lá do quê, tirou o papagaio do ombro, encaixou-o na baía do peito onde a terra-osso termina, e acelerou o passo. O papagaio, amparado pelas mãos vigorosas do rapaz, gritava: um-dois-um-dois-um-dois e por aí adiante.

O rapaz desapareceu numa curva do caminho.