domingo, novembro 12, 2006

erecções

ERECÇÃO 1: Cicarelli

As fotografias não deixavam margem para dúvidas. Eu vi-as de relance, num programa de TV. Ainda fui à net à procura de imagens mais esclarecedoras, mas já fui tarde. Os vídeos tinham sido retirados, as imagens arredadas de todos os sites que, por momentos, frequentei. Mas parece ter sido um facto, absolutamente consumado: Daniela Cicareli e o seu namorado, um namorado actual à data dos acontecimentos, deram uma voltinha na praia que frequentavam – uma praia espanhola – e, por fim, propiciou-se o desenlace que procuraram efusivamente, ocultados pelas águas calmas e salgadas. As fotografias de um vídeo pouco amador, (paparazzi?), por isso profissional, provaram-no à saciedade. O mais curioso da história é que, mesmo sabendo de si mesmo ser uma personagem conhecida mundo fora, procurada nos sítios mais recônditos, Cicarelli deixou acender o rastilho da paixão, e nem o facto de estar numa praia super frequentada, com imensa gente do mundo das revistas cor-de-rosa a inibiu de parlamentar com a libido.

ERECÇÃO 2: O menir

O menir do Barrocal, com 15 toneladas de peso e 7 mil anos de vida, tornou a ser erguido, não já com a ajuda simples de não sei quantos braços (li nos jornais da altura que eram mais de 400), mas com ajuda de 2 rectroescavadoras, que parece ser, no que diz respeito à matéria, o viagra dos menires.
Foi neste pós verão que os alentejanos decidiram, creio que em boa hora, reerguer a enorme pedra que os tempos tinham vergado, restituindo-a à sua forma primitiva, e quiseram fazê-lo usando unicamente, como no antanho se fizera (pensa-se) a força braçal bastante. Assim a alevantaram os antigos, vá lá saber-se como, se agora, apesar de farta alimentação, os mesmos braços não o conseguiram.
Nas bermas da história, uma vasta população seguiu a par e pás a operação, dando palpites, fazendo apostas, gastando o tempo.
O menir do Barrocal ficou direito, mas o orgulho dos alentejanos, não.
Será que a carne de porco de antigamente dava mais força?

ERECÇÃO 3: Saddam Houssein

Notícia da semana que passou, Saddam Houssein foi condenado à morte por enforcamento. E este é um desiderato que diz respeito, apenas, ao primeiro dos muitos julgamentos a que o senhor, creio, terá de se sujeitar. Pelo menos, vejo-o sentado no banco dos réus, a não responder a um outro julgamento, fruto de uma outra acusação.
Ainda que seja assim, vários julgamentos para chegar ao mesmo desiderato, Saddam deverá ser enforcado – pelo menos a crer no que é pretensão publicamente assumida pelas forças políticas iraquianas – ainda este ano. E ocmo se sabe, falta mês e meio para 2007. Conhecerá, por força da morte anunciada, uma verticalidade que porventura nunca experimentou (e note-se que sou contra a pena de morte). Com a corda à volta do pescoço, e no estertor da morte, experimentará uma erecção (possibilidade altíssima) e mesmo um orgasmo. A última imagem do ditador poiderá ser essa. A América, depois de tanto gozo, dar-lhe-à esse último prazer.