quarta-feira, novembro 01, 2006

bi-bin

Uma destas noites alguém me disse, com graça, que o Bin Laden lhe parecia ser construído de cera, igual àqueles que figuram no Museu de Cera Madame Taussoud. Dotado de alguns movimentos, pois, desenhados muito lentamente, com a lentidão suave e a suavidade da cera, mesmo se executados em cenários inóspitos, tipo gruta, ou montanha, ou coisa do género. O boneco – passe a expressão – é suficientemente crível, capaz de nos fazer pensar que é real, seráfico pois, mas real, de possível existência.
E, pensando bem, não é de todo despiciente esta possibilidade. O homem, ou a sua imagem, já foi dado como morto uma data de vezes; Políticos poderosos disseram tê-lo podido abater, Clinton inclusive, tivessem eles tido coragem para dizer que sim a essa possibilidade quando ela se proporcionou; Outros, os chamados operacionais, juram tê-lo tido ao alcance das suas balas e, contudo, não ousaram o gesto final, vá lá saber-se porquê.
Os serviços secretos franceses, segundo confidenciaram alguns media há um mês atrás, estão convencidos que o homem, ou a sua imagem de cera, terá sucumbido ainda no mês de Agosto, (e já estamos em final de Outubro), a um ataque de tifo. Ou seja: o que os homens não conseguiram, eliminá-lo, descartam na natureza, na doença, essa responsabilidade, quiçá esperançados de que, sendo assim, Bin Laden, vencido por uma maleita qualquer, não fará com que se cumpra a vingança na ponta das espadas dos seus apaniguados. Sim, que mesmo para a nação mais importa do mundo – a América – o respeitinho é muito bonito. Podem chamar-lhe os nomes mais inomináveis. Terrorista, diabo, sei lá que mais, mas daí a matá-lo, vai uma diferença muito grande.
Um dia destes, verificaremos se o homem, ou um dos seus sósias, morreu mesmo, ou se apenas derreteu uma das suas cópias de cera. Isso fica para descobrir num futuro muito próximo, que a vaidade há-de fazê-lo aparecer se estiver mesmo vivo, ou a notícia do seu martírio há-se ser exemplo para os muitos atentados que se hão-se fazer ouvir, se por ventura tiver morrido.

NOTA: Lembram-se da estória dos sósias do senhor de Saddam Houssein? Que será feito deles? Terão alguma vez existido? Ou eram coisa inexistente, tal como as armas de destruição massiva, à sombra das quais se invadiu um país unilateralmente?