terça-feira, outubro 10, 2006

A dança dos programadores

Os teatros, grandes e pequenos, andam mais ou menos em bolandas. Uns por umas razões - umas vezes boas e outras vezes más - e outros por outras - às vezes más e outras vezes boas. Do mal, o menos.

O programador do Teatro Nacional D. Maria II (que é também o seu director artístico), acumulava funções similares com o Teatro da Trindade, (que é uma estrutura ligada ao ministério do trabalho, vá lá saber-se porquê). Pressionado pelos media, demitiu-se do segundo, de modo a continuar com o primeiro. Boa estratégia e natural. Um preto de cabeleira loira ou um branco de carapinha é que era de espantar.

Quem o substituiu no segundo, e que já o acessorava nessa tarefa, passa a acumular com a programação (e direcção artística, que uma coisa tem, muitas vezes, a ver com a outra) do Teatro Aveirense.

No Teatro de Aveiro, (que, para além da direcção artística, também tem uma Administração. Administração essa que não tem nada a ver – ou pelo menos não deve - com a componente artística do trabalho que estes programadores desenvolvem), de onde saiu há pouco tempo o programador Paulo Ribeiro (segundo julgo saber) em ruptura com o presidente da Câmara local, (que os presidentes de Câmara, muitas vezes, como os presidentes dos clubes, também querem ser os treinadores – havemos de ver em Braga como é que as coisas se vão passar - e que deixara Viseu para ir dirigir o Ballet Gulbenkian entretanto extinto, quer-se saber, a titulo de antecipação, se é possível o seu programador acumular os dois cargos, precavendo-se. Gato escaldado de água fria tem medo e a polémica desencadeada pela acumulação do TNDMII com o Trindade aconselha a cuidados redobrados.

Entretanto, para as relações com a imprensa do TNDMII foi chamado o programador de um teatro do Ribatejo, que fica também a acumular.

O director do extinto Ballet Gulbenkian, depois de contratado e mais ou menos despedido do Teatro Aveirense, foi convidado e aceitou programar novamente o Teatro Viriato, de Viseu e parece que até já tem pronta a programação do primeiro trimestre do próximo ano

O programador da casa das Artes de Famalicão, seduzido por Braga, deixa a obra que estava a desenvolver e vem programar o renovado Theatro Circo, de novo com tê agá, como manda a sapatilha, e apresentou a sua programação para o ultimo trimestre deste ano, programação essa, condicionada - percebe-se - pela incerteza relativa à data definitiva de abertura da sala ao público.

No Porto, praticamente na mesma altura em que a programadora e directora do Teatro Rivoli era agraciada com uma comenda pelo governo francês por força dos relevantes serviços prestados, durante toda uma vida, à coisa cultural, era corrida pelo presidente da câmara que, como se sabe, quando toca a tostões, corta a direito e tem da cultura o conceito apresentado (e subsidiado) da Rádio Festival.

Isto até já parece o futebol, não parece?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Capital Europeia Cultura: Famalicão quer colaborar com Guimarães

Famalicão, 10 Out (Lusa) - O Município de Famalicão escreveu ao preside nte da Câmara de Guimarães manifestando a sua disponibilidade para colaborar com aquela cidade no "sucesso" da Capital Europeia da Cultura, em 2012. "A cultura não tem fronteiras. O Município de Vila Nova de Famalicão di spõe de equipamentos culturais com vida própria conhecida em todo o país, como a Casa das Artes, a Casa-Museu de Camilo Castelo Branco e o Museu de Bernardino M achado", escreveu o presidente Armindo Costa.

O autarca considera que "a eventual participação na Capital Europeia da Cultura 2012 destes equipamentos poderia representar uma mais-valia para o even to".

Em nome dos famalicenses, Armindo Costa dá "os parabéns" ao presidente vimaranense, António Magalhães, pelo facto de a cidade ter sido escolhida pelo G overno para se candidatar à organização do evento.

"A escolha da cidade onde nasceu Portugal representa, antes de mais, um a vitória do Município de Guimarães e dos vimaranenses, mas também uma vitória d o Vale do Ave, do Minho e do Norte", sustenta.

Sublinha que, tal sucede "num tempo em que os municípios estão sujeitos a duros ataques do centralismo do Terreiro do Paço, traduzidos numa Lei das Fin anças Locais que é uma afronta à sua autonomia".

Acentua que "o exemplo de Guimarães na recuperação do seu centro histór ico, classificado como Património Mundial, demonstra inequivocamente que o Poder Local constitui uma alavanca essencial para o desenvolvimento sustentado das vi las e das cidades".

A escolha de Guimarães para capital europeia da cultura foi anunciada s ábado pela ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, no final do Conselho de Mi nistros informal realizado naquela cidade.

Lusa/Fim

3:18 da manhã  

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