Notas de Viagem IX
É caro dormir em Roma. E fumar.
Resultado da lei da oferta e da procura, qualquer hotel na capital italiana custa os olhos da cara. Há muitos, é certo – porque há muitos turistas - mas quase todos caros. Talvez que, se se marcar dormida com antecedência, se consiga alguma coisa mais em conta.
Porque a procura é muita - talvez até exceda a oferta, não sei - os hotéis não precisam de procurar muito os seus clientes, nem têm de se preocupar com estratégias de sedução. Apenas existem, apetece pensar, sobretudo depois de se experimentar aquele em que fiquei(amos) durante os primeiros dias. Generalizando: usam a política do «deixós poisar». Concluem que, quando pousarmos, havemos de ter sono e procurar onde dormir. É também por isso que nos fazem andar por ali, (não os hotéis, pois, mas os diferentes guias turísticos), calcorreando quilómetros, atrás de um passado que nos espreita a cada esquina. Por momentos, somos iguais ao irrequieto cão que caíu de tonto, depois de tanto voltear sobre si próprio, qual pião com vida e vontade, no afã de mordiscar a própria cauda.
Fumar é igualmente complicado. O tabaco é mais caro, pois!, mas o problema maior que afecta os viciados, é a falta de zonas para matar a traça. É que é proibido fumar em quase todo o lado. E nos avisos de proibição (vietato fumare) consta, em caso de dúvida, os montantes das coimas. Ou seja, fumar em locais proibidos, que são quase todos os possíveis em espaços interiores, pode custar entre cinco e cinquenta e cinco contos, mais coisa menos coisa, isto pensando ainda em escudos (nunca mais aprendo a falar em euro).
Em desespero de causa, tamanha é a perseguição dos cartazes, fica sempre a possibilidade, claro, de alugar um quarto num qualquer hotel, e fumar um cigarrito, com vistas para as ruínas.
Enfim, estratégias.
Resultado da lei da oferta e da procura, qualquer hotel na capital italiana custa os olhos da cara. Há muitos, é certo – porque há muitos turistas - mas quase todos caros. Talvez que, se se marcar dormida com antecedência, se consiga alguma coisa mais em conta.
Porque a procura é muita - talvez até exceda a oferta, não sei - os hotéis não precisam de procurar muito os seus clientes, nem têm de se preocupar com estratégias de sedução. Apenas existem, apetece pensar, sobretudo depois de se experimentar aquele em que fiquei(amos) durante os primeiros dias. Generalizando: usam a política do «deixós poisar». Concluem que, quando pousarmos, havemos de ter sono e procurar onde dormir. É também por isso que nos fazem andar por ali, (não os hotéis, pois, mas os diferentes guias turísticos), calcorreando quilómetros, atrás de um passado que nos espreita a cada esquina. Por momentos, somos iguais ao irrequieto cão que caíu de tonto, depois de tanto voltear sobre si próprio, qual pião com vida e vontade, no afã de mordiscar a própria cauda.
Fumar é igualmente complicado. O tabaco é mais caro, pois!, mas o problema maior que afecta os viciados, é a falta de zonas para matar a traça. É que é proibido fumar em quase todo o lado. E nos avisos de proibição (vietato fumare) consta, em caso de dúvida, os montantes das coimas. Ou seja, fumar em locais proibidos, que são quase todos os possíveis em espaços interiores, pode custar entre cinco e cinquenta e cinco contos, mais coisa menos coisa, isto pensando ainda em escudos (nunca mais aprendo a falar em euro).
Em desespero de causa, tamanha é a perseguição dos cartazes, fica sempre a possibilidade, claro, de alugar um quarto num qualquer hotel, e fumar um cigarrito, com vistas para as ruínas.
Enfim, estratégias.
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