Diversidade cultural
Nem tudo é mau nos dias que correm. Aguardava-se com espectativa o resultado da batalha politica que opunha ,na UNESCO, os defensores da diversidade cultural ( o direito de cada estado a formular e aplicar as suas políticas culturais e de adoptar medidas para a sua protecção) aos paladinos da mercantilização da cultura. No primeiro grupo acantonava-se quase todo o mundo; no segundo, os Estados Unidos e os seus satélites com o apoio activo de organizações antidemocráticas como a O.M.C. Quase por unanimidade - parece que só os EE.UU. e Israel votaram contra - a convenção sobre a Diversidade Cultural foi aprovada na 33ª Assembleia Geral da Unesco reunida a 21 de Outubro último.Como referiu um dos relactores da declaração, o françês Jean Musittil, "pela primeira vez, a comunidade internacional manifesta de forma clara a sua vontade de põr limites à liberalização desenfreada." Claro que nem tudo são rosas. A representante do maior exportador de bens curturais, a inefável Condoleezza, não deixou de lançar algumas ameaças contra esta deriva proteccionista. Por outro lado não deixa de ser uma vitória coxa. Primeiro porque, ao contrário do que se tinha como aceite na década de 70, o direito à diversidade de informação e dos meios de comunicação social não foram incluídos na convenção (não é por acaso que o assunto foi esquecido pelos nossos media). Em segundo ,porque é de prever que o peso político e financeiro da Unesco seja insuficiente para alterar a estratégia concreta dos governos nacionais. |
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