quinta-feira, março 26, 2009

Dia Mundial do Teatro – 4

O Teatro e o Actor (enquanto coisas maiúsculas), é, por isso, uma profissão onde hoje – como sempre – se aprende e se é resistente, à força. Resistente ao mercado que, qual rolo compressor, tudo esmaga à sua passagem – e se não se está de acordo com ele, ele cospe-o fora como coisa imprestável; resistente à facilidade, porque como coisa artesanal que deve ser, nos obriga à superação em todos os dias.
Ser-se actor deve ser, hoje, ainda e sempre, um espaço para contrariar a lógica de mercado que se vem a instalar, claramente identificada ao típico sistema «capitalista» (escrevo as aspas porque não sei bem o que seja essa coisa musculada, esse palavrão económico… Mas sei, sim senhor, que há um teatro que objectiva o lucro. E respeito esse ponto de vista. Mas ponho-me fora dessa lógica. E aconselho todos os que comigo trabalham e que fazem a caridade de me ouvir, a fazerem o mesmo.); Ser-se actor, hoje, é estar-se na corda bamba. Navegação à vista. Integrante de uma profissão sem critérios, ou com os critérios adulterados.
É preciso, portanto, ser-se contra a corrente. Missionário em tempos de devassidão.