terça-feira, outubro 07, 2008

dos médicos

Há mais de quatro mil médicos de diferentes nacionalidades, (para lá dos portugueses, bem entendido), que trabalham nas diferentes instituição de saúde em Portugal.
Eu já me tinha dado conta disso, evidentemente, porque já me cruzara com vários, (em diferentes sítios, momentos, e especialidades), sendo que, estes encontros, sempre me aconteceram mais com os hispânicos, (espanhóis, cubanos, ou de outras latitudes mas falantes do castelhano) que quaisquer outros, se exceptuarmos os médicos dentistas brasileiros. Mas os espanhóis mais, até por força da vizinhança que – forçadamente – vêm mantendo connosco. Ou seja, têm ganho de cabazada aos demais doutores, no convívio que com eles vou tendo, por força desta ou daquela mazela.
E a notícia da semana passada, (para além da que nos contava a falência do sistema capitalista americano), dava-nos conta, por fim, da permanência em território luso, de mais de 4 mil médicos de diferentes nacionalidades, de forma legal. Consta que também os há das chamadas antigas colónias, Brasil incluído, – sendo que é de lá que nos chega uma colónia imensa de médicos-dentistas, por exemplo – da europa de leste, e até europeus, vindos por isso de países com outra importância económica, para lá dos falantes do espanhol como atrás foi dito.
Num mundo cada vez mais globalizado, isso nem é de espantar. São trabalhadores iguais a quaisquer outros, ainda que praticantes de artes específicas, as que proporcionam melhor saúde e mais bem-estar.
O que é mais estranho, é que as universidades portuguesas, (mesmo que por força da abertura de novos cursos, tenha igualmente aumentado a oferta de vagas na formação de médicos em Portugal), continue a insistir na exigência de médias proibitivas, que obriga tantos portugueses a procurar nas universidades espanholas, por exemplo, a resposta para o desejo que manifestam e que em Portugal não consegue obter resposta satisfatória. E é de Espanha, do mesmo país que forma alguns dos nossos médicos do futuro, que nos chega, igualmente, a resposta às tantas necessidades a que não sabemos responder.
Ou dito de outra maneira: porque é que não se faz um esforço sério e empenhado para alargar os números clausus nas nossas escolas de saúde, de modo a deixarmos de pensar que a formação de médicos em Portugal, é um negócio e uma porta que interessa manter estreita, de modo a não desbaratar um capital (de prestígio e económico) que tanto custou a ganhar a uma classe privilegiada, que parece não querer prescindir de alguns dos direitos que o tempo se encarregou de lhes oferecer, por força de privilégios, alguns que vêm de pais para filhos, e que já deviam ser coisa passada e não-praticada.
Ou como diz o povo a propósito de tantas outras coisas, mas que, igualmente, tão bem se aplica aqui: à mulher de César, não basta ser séria. Também é preciso que o pareça.