sábado, outubro 18, 2008

a crise

A crise chegou e instalou-se.
Veio, insinuando-se de variadíssimas maneiras, e até ao colapso dos mercados financeiros e das grandes empresas – bancos incluídos – foi um pequeno passo. E se ainda a não sentimos, esta maior, aqui, neste cantinho, é porque, na verdade, e a creditar no pensamento de alguns especialistas, somos excessivamente pequenos para sentimos, com estrondo, o descalabro dos grandes palcos. Teremos que a sentir, mais tarde ou mais cedo, mas à nossa dimensão, tocando-nos de forma mais efectiva, mas em pequeno.
Curiosa a defesa das instituições por parte dos diferentes Estados, a começar pela pátria do capitalismo, os Estados Unidos da América, onde a administração bushista está a inventar um socialismo capitalista, investindo nas empresas falidas, injectando dinheiro, comprando-lhes os prejuízos. É uma espécie de nacionalização serôdia na pátria dos privados. Como os capitalistas têm como objectivo único, o lucro, (não o serviço público, ou coisa que o valha, mas o lucro), até nisso falharam redondamente. Ou não falharam e, isso, sabê-lo-emos mais tarde. Pode dar-se o caso de a sua sede de capital não poder – face à anunciada crise – ser saciada pelos privados, seus clientes, e necessitarem agora do estado, para continuar as suas actividades capitalistas.
Em Portugal, o ministro da economia, em declarações dominicais, numa espécie de missa económica em directo nas diferentes TV’s, anunciou vinte mil milhões de euros para as empresas financeiras sediadas em Portugal. Comparado com os EUA é uma gota no oceano das dificuldades publicitadas e que tem levado os países a reuniões em barda para perceber o que é que verdadeiramente está em causa e como solucionar o problema.
Quem sabia bem o que fazer, eram os craques de uma empresa americana, a AIG, que imediatamente a seguir a receberem 85 biliões de dólares (é o montante do bolo geral), fizeram um fim-de-semana comemorativo numa estância cara, e começaram logo a gastar o dinheiro que iam receber do estado, logo dos cidadãos.
Não se chama a isto gozar? Duplamente gozar?
É o capitalismo, senhores, a lidar com o sopro socialista do estado. Percebe-se agora melhor, o que aconteceu nos Estados Unidos Socialistas Soviéticos. Não percebe?