quarta-feira, janeiro 02, 2008

histórias de camarim 5

A fonte á a mesma das histórias que aqui apresentei no final do ano passado. Tinha umas quantas mais para vos apresentar e aqui vão as primeiras duas desta segunda leva. Ainda, como outrora, em fundo, o teatro. Não já o camarim propriamente dito, mas o palco.
Esta, a primeira a propósito de Emília das Neves, uma famosíssima actriz portuguesa.
Esta passa-se no Porto, num teatro não nomeado, e numa companhia de que a actriz era, igualmente, empresária.
E diz que, por motivo de ‘’qualquer cábula (entenda-se cábula, por erro ou engano), entendeu o público, como desforço, desfeitear cobardemente a grande artista. Além da pateada furibunda, começaram a atirar-lhe moedas de cobre, chamadas patacos. Ela, impassível à manifestação, ao ver cair as moedas, curvou-se, tomou uma entre os dedos e disse: «se é para os pobres, é pouco.» Calcule-se o efeito!... Foi uma reviravolta completa. À tremenda e injusta pateada, sucedeu-se a mais entusiástica ovação.
O sangue frio da artista venceu a injustiça da intenção.