Comoveu-me a melíflua mão direita dos jogadores franceses da selecção nacional de futebol, pousada sobre o símbolo nacional bordado nas camisolas blues, também ele afixado o mais perto possível dos corações palpitantes e patrióticos.
Comoveu-me, mas simultaneamente, estranhei.
Bom, cada equipa tem a sua praxe… Eu diria mais: cada país tem o seu ritual. Uns vão-no construindo à medida que o tempo passa e as oportunidades de afirmação da sua linguagem vão surgindo; outros, mais tradicionalistas, afirmam-no porque era assim que os antecessores faziam. Os jogadores portugueses, por exemplo, aqui há uns tempos, davam as mãos, tipo meninos de escola…não sei se ainda é assim; os jogadores do Benfica, lá está, fazem uma vénia, não se sabe bem porquê nem com que intenção; e por aí fora.
Mas colocar a mãozinha sobre os símbolos nacionais que estão por cima do coração era, até à pouco tempo, um ritual que apenas os americanos usavam, seguidos, mais tarde, por uns quantos países e atletas, numa moda que foi pegando, que se foi pegando, tipo constipação. Mas não aos franceses, que é tudo gente vacinada.
Ora, aconteceu que, um imitador muito popular na França, fazendo-se passar pelo adoentado Jacques Chirac, telefonou ao capitão de equipa - o regressado Zidane - e pediu-lhe que intercedesse junto dos restantes jogadores, de modo a que todos, na cerimónia que antecede o jogo, e enquanto tocasse a Marselhesa, alinhassem na equipa dos auto-apalpadores, o que eles fizeram de bom grado (creio), de modo a animar o doentinho. E comportando-se o melhor possível, privaram-se até, (pasme-se), de um mínimo afago, por muito ligeiro e superficial que fosse, sobre o mamilo. A tentação foi muita, mas os dedos não se moveram, petrificados pela força da canção.
E no fim, voilà. Lá ficaram eles na fotografia, todos em igual pose, igualmente hirtos e firmes, a mão no peito, a boca em hino e, porventura, a cabeça em oração pela saúde do presidente gaulês.
Mal sabiam eles que este exercício de boa vontade, viria depois a dar nisto: um gozo pegado. Não há direito, gozar assim com o pagode. Não há direito, ter a barriga ao pé do peito.
É o que dá não se instituir password em telefonemas de dimensão superior.
Comoveu-me, mas simultaneamente, estranhei.
Bom, cada equipa tem a sua praxe… Eu diria mais: cada país tem o seu ritual. Uns vão-no construindo à medida que o tempo passa e as oportunidades de afirmação da sua linguagem vão surgindo; outros, mais tradicionalistas, afirmam-no porque era assim que os antecessores faziam. Os jogadores portugueses, por exemplo, aqui há uns tempos, davam as mãos, tipo meninos de escola…não sei se ainda é assim; os jogadores do Benfica, lá está, fazem uma vénia, não se sabe bem porquê nem com que intenção; e por aí fora.
Mas colocar a mãozinha sobre os símbolos nacionais que estão por cima do coração era, até à pouco tempo, um ritual que apenas os americanos usavam, seguidos, mais tarde, por uns quantos países e atletas, numa moda que foi pegando, que se foi pegando, tipo constipação. Mas não aos franceses, que é tudo gente vacinada.
Ora, aconteceu que, um imitador muito popular na França, fazendo-se passar pelo adoentado Jacques Chirac, telefonou ao capitão de equipa - o regressado Zidane - e pediu-lhe que intercedesse junto dos restantes jogadores, de modo a que todos, na cerimónia que antecede o jogo, e enquanto tocasse a Marselhesa, alinhassem na equipa dos auto-apalpadores, o que eles fizeram de bom grado (creio), de modo a animar o doentinho. E comportando-se o melhor possível, privaram-se até, (pasme-se), de um mínimo afago, por muito ligeiro e superficial que fosse, sobre o mamilo. A tentação foi muita, mas os dedos não se moveram, petrificados pela força da canção.
E no fim, voilà. Lá ficaram eles na fotografia, todos em igual pose, igualmente hirtos e firmes, a mão no peito, a boca em hino e, porventura, a cabeça em oração pela saúde do presidente gaulês.
Mal sabiam eles que este exercício de boa vontade, viria depois a dar nisto: um gozo pegado. Não há direito, gozar assim com o pagode. Não há direito, ter a barriga ao pé do peito.
É o que dá não se instituir password em telefonemas de dimensão superior.
1 Comments:
Penso, que a colocação da mão sobre o simbolo bordado da camisola, foi uma boa estratégia para que não a colocassem em sitios menos próprios como é habito nesses profissionais.
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